Uma floresta é um lugar de encanto, de mistério, de mitos... É um organismo vivo que pode realmente ajudar-nos. Vejamos como este sistema de saúde e felicidade
se relaciona com Portugal.
Mas comecemos pelo princípio.
O que é o banho da floresta?
Hoje em dia assume uma importância ainda mais relevante.. Devido à nossa dependência digital e à velocidade com que a vida se desenrola hoje, não deixamos espaço para simplesmente existir e respirar. O banho de floresta é essencialmente uma experiência sensorial. Não precisamos fazer caminhadas ou grandes exercícios.. Precisamos estar rodeados de árvores, em silêncio, sem celulares ou outras distrações. Consiste essencialmente em estar presente no momento que se está a viver, sentindo tudo ao seu redor. Os sons, os cheiros, o vento que bate nos galhos das árvores, os pássaros, o musgo verde e húmido.
Caminhe ou simplesmente encontre o local ideal e sente-se. Respire e sinta.
Como surgiu o banho na floresta?
O banho na floresta como prática medicinal no Japão remonta à década de
1980. Naquela época, o mundo começava a perceber as consequências negativas da depressão, da falta de atenção, do sofrimento e da dor. Estes efeitos só pioraram com o tempo e são agora uma realidade em cidades de todo
o mundo. É difícil relaxar totalmente nas cidades devido à sobrecarga sensorial
causada pelo trânsito intenso, pelas grandes populações e pelas longas horas nos escritórios. A grande procura por imóveis tem deixado diversas cidades “pobres de verde”, com poucas árvores e parques para dar pelo menos uma ilusão de natureza. É aqui que fica evidente a importância dos banhos de floresta. Estar na floresta e prestar atenção ao que está ao nosso redor reduz o stress de ter que fazer algo e proporciona um momento de paz.
Qing Li, MD, PhD, é médico da Nippon Medical School em Tóquio, presidente da Sociedade de Medicina Florestal e autor de "A Arte e Ciência do Banho na Floresta – Como as Árvores Podem Ajudar a Encontrar Saúde e Felicidade". Estima que passamos 93% do nosso tempo em ambientes fechados. Identificou um transtorno de déficit de natureza na sociedade que contribui para sentimentos negativos sobre a vida, mas pode ser significativamente melhorada com apenas algumas horas de banho na floresta.
Os muitos benefícios para a saúde dos banhos na floresta
Os banhos de floresta tornaram-se uma parte essencial dos cuidados de saúde
preventivos no Japão. Os resultados de estudos japoneses mostram que o
banho na floresta melhora a qualidade do sono, o humor, a capacidade de
concentração e reduz os níveis de stress. O stress crónico pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como ansiedade, depressão e insónia, entre outras. Também pode contribuir para problemas fisiológicos, como hipertensão, tensão muscular e redução da resposta imunológica.
Passar um tempo na natureza, longe da tecnologia moderna e dos grandes centros
urbanos pode melhorar a saúde física e mental, reduzindo os efeitos do stress no
corpo. Os banhos de floresta prescritos no Japão resultaram em um estilo de vida
mais saudável para pessoas de todas as idades.
Os outros benefícios
O verdadeiro valor dos banhos de floresta reside na sua acessibilidade. Tem
benefícios semelhantes a outras práticas, como a meditação Zen e o Mindfulness, e
é um conceito muito menos desafiador. A meditação requer um momento de
quietude no qual deixamos os nossos pensamentos passarem pela nossa mente
sem nos envolvermos com eles. Mindfulness, por sua vez, é a consciência
ativa do que está ao nosso redor, das circunstâncias da vida e da percepção de
nossas emoções no momento. No entanto, numa floresta, a meditação e a
atenção plena acontecem naturalmente quando permitimos que os nossos
sentidos se concentrem nas pequenas e simples mudanças que nos rodeiam.
Mas qual é a relação entre os banhos de floresta e Portugal?
Conhece a Mata Nacional do Bussaco?
Não? Bem, realmente deveria!
Na posse do Bispado de Coimbra desde 1094, o Bosque foi doado em 1628 pelo
então Bispo de Coimbra, D. João Manuel, à Ordem dos Carmelitas Descalças para a
construção do seu “Deserto” em Portugal. As obras iniciaram-se em agosto desse
ano. A construção do convento e do seu recinto terminaria em 1630, altura em que
teve início a vida monástica regular.
O convento de Santa Cruz foi construído com a simplicidade exigida pela vocação
eremítica do Deserto. O revestimento arquitectónico de cortiça ou embrechado
como técnica decorativa estendida ao circuito conventual reflecte o espírito de
desapego próprio das práticas ascéticas dos religiosos. A partir de 1644, sob a
égide de D. Manuel Saldanha, Reitor da Universidade de Coimbra, foi construída à
imagem de Jerusalém uma Via Sacra com fortíssimos contornos ideológicos e
propagandísticos, destinada a representar os passos da Paixão de Jesus Cristo. A
floresta nativa portuguesa foi tratada por sucessivas gerações de monges de forma
a representar o Monte Carmelo como local originário da Ordem.
Em 27 de setembro de 1810, a floresta foi palco da Batalha do Bussaco (um dos
episódios sangrentos das invasões napoleónicas em Portugal) e o Convento
serviu de base de operações ao Duque de Wellington no confronto entre
luso-britânicos. e tropas francesas.
Em 1834 a extinção das ordens religiosas decretou o fim da presença
dos Carmelitas Descalços no Bussaco. Segue-se um período, entre 1834 e 1855,
que podemos classificar como de transição, em que a floresta ficou sem
manutenção e sem responsável.
Em 1856, a Floresta foi transferida para a Administração Geral das Florestas do
Reino, tendo sido nomeado um administrador em 1856 e a floresta “...recebeu um regime especial quando a administração das florestas nacionais foi reformada em 1872”, tendo entrado “com o apoio do governo...numa fase muito importante de melhorias”. Estas melhorias incluem a principal e mais significativa área ajardinada, que envolve o Convento e o Hotel conhecido como Jardim Novo, construído em
1886-87, além da Cachoeira Santa Teresa. Trata-se de um jardim tradicional, de influência barroca, característico dos séculos XVIII e XIX, com canteiros delimitados por sebes de buxo esculpidas.
Em 1888, Emídio Navarro, então Ministro das Obras Públicas, iniciou a construção de um palácio real, em estilo neo-manuelino, projectado pelo arquitecto e cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936).
As obras foram concluídas em 1907.
Mata do Buçaco é a primeira floresta terapêutica da Península Ibérica
A certificação da Floresta Nacional do Buçaco como floresta terapêutica foi
atribuída pelo International Office for Therapeutic Forests Certification.
A 30 de outubro de 2024, a Mata do Buçaco tornou-se a primeira floresta
terapêutica da Península Ibérica.
Apenas aguardando a tradução do diploma que certifica este reconhecimento internacional. Os responsáveis já foram notificados e esta é a conclusão do processo com consequente reconhecimento internacional.
Durma num pedaço da História Portuguesa
O Palace Hotel do Bussaco é um castelo de conto de fadas no meio de uma floresta encantada, oferecendo-lhe a experiência única de ficar num verdadeiro palácio real, considerado, desde 1917, como um dos mais belos, românticos e históricos hotéis do mundo. O palácio foi construído a partir de 1888 para os últimos Reis de Portugal e está localizado a duas horas de Lisboa e a uma do Porto, no interior da Mata Nacional do Bussaco, ex-libris botânico e natural de
Portugal.
Esta imensa floresta de 105 hectares, plantada e murada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no 1o quartel do séc. XVII, possui espécies vegetais de todo o
mundo, muitas delas gigantescas, e proporciona inúmeros e inesquecíveis passeios pedestres em contacto próximo com a natureza, passando por deslumbrantes fontes, capelas, ermidas e miradouros nas montanhas.
A sua Via Sacra e o Convento de Santa Cruz conferem também a este local único e bucólico um raro ambiente de maior paz e serenidade. No centro deste conjunto paisagístico e arquitectónico único na Europa, o Palace Hotel do Bussaco, um verdadeiro palácio real no mais fascinante estilo neo-manuelino, com a sua grandiosa e harmoniosa escadaria nobre, está sumptuosamente mobilado e decorado com inúmeras obras de arte. , magníficos frescos, valiosas pinturas e fantásticos painéis de azulejos representativos da Epopeia dos Descobrimentos Portugueses e da Batalha do Bussaco, da autoria dos maiores mestres portugueses do século XIX.
Na Mealhada poderá encontrar bons vinhos e uma gastronomia única. Venha
descobrir! Estamos esperando por si!
Shinrin = floresta
Yoku = banho
Os benefícios da floresta na nossa saúde.